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                Em outubro de 2023, Curitiba e Região Metropolitana enfrentaram condições climáticas extremas. A cidade, conhecida por suas manhãs frias e nubladas, estava debaixo d’água. Do bairro Caximba a Abranches, pontos de alagamento marcaram o cenário urbano. Os Parques Barigui e Tanguá, habitualmente repletos de vida e atividade, estavam submersos, silenciados pela inundação. Trinta e oito famílias tiveram de ser retiradas de suas casas pela Defesa Civil, desalojadas e forçadas a buscar refúgio. 

                Este evento climático extremo não foi um incidente isolado. O mês de outubro de 2023 foi o mais chuvoso em Curitiba desde 1961, segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar). A cidade registrou 101,6 milímetros de chuva em apenas quatro dias, com o dia mais chuvoso registrando 66,6 mm de precipitação. 

                O Plano Municipal de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas (PlanClima) de 2020, que visa orientar a ação municipal, os setores produtivos e a sociedade para o enfrentamento dos efeitos das alterações climáticas, indica que a cidade de Curitiba pode esperar por uma série de mudanças climáticas no futuro.

                Realizados pela Prefeitura de Curitiba, os dados do PlanClima mostram que, embora não exista uma taxa específica de aumento ou diminuição do volume anual de chuva ao longo das próximas décadas, a cidade poderá ter alguns anos com chuva acima da média, com dias consecutivos de precipitação. Em quase todos os anos, a cidade deverá ter ao menos um episódio de chuva muito forte, o que representa a máxima precipitação em um dia. Além disso, em casos extremos de grandes tempestades, poderão acontecer enchentes e alagamentos em Curitiba. 

                Segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil é um dos países com a população mais exposta a riscos de inundações ribeirinhas no mundo. Entre 2000 e 2019, cerca de 70 milhões de pessoas foram afetadas por enchentes no país. Essas inundações condenam dezenas de milhares de vidas e geram cerca de 10 bilhões de dólares em danos econômicos em todo o mundo.

                Neste ano, o Rio Grande do Sul, estado vizinho do Paraná, enfrenta as piores enchentes de sua história, afetando diretamente mais de 2 milhões de pessoas. Eventos climáticos extremos como os do Brasil também estão sendo registrados em todo o mundo, em países como Quênia, Tanzânia e China. Para o diretor executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Clóvis Borges, Curitiba também não está preparada para um evento climático extremo.

                A natureza é um grande sistema interligado. Um dos motivos pela causa dessas chuvas no estado gaúcho  foram as ondas de calor das regiões Sudeste e Centro-Oeste que "seguraram" as nuvens no sul. “A urbanização desordenada acaba criando problemas a longo prazo. A cidade precisa se preparar para eventos extremos, como o que ocorreu no Rio Grande do Sul, e adotar medidas sustentáveis para enfrentar os desafios climáticos”, ressalta Borges. 

                Em 2020, um estudo feito pela Prefeitura de Curitiba sobre Avaliação de Riscos Climáticos da Cidade de Curitiba apontou que até 2099 regiões próximas dos rios Iguaçu, Belém e Barigui poderão sofrer com grandes enchentes, maiores que as habituais. Dados do PlanClima mostram que as regiões do Boqueirão, Hauer, Uberaba, Jardim Botânico, Rebouças, Centro, Cidade Industrial de Curitiba (CIC), Xaxim, Alto Boqueirão e Sítio Cercado enfrentam maior risco de inundação devido à urbanização intensa.  

Fonte: Rede Curitiba Climática / Relatório de Avaliação de Riscos Climáticos da Cidade de Curitiba, de 2020.

Chuvas: inundações, enchentes e alagamentos

                De acordo com o relatório, toda a cidade de Curitiba está ameaçada por alagamentos, uma vez que existem canais que atravessam toda a cidade e que podem não suportar a vazão de água em um evento de chuva extrema. No entanto, o risco não está distribuído igualmente pela cidade. Regiões como Alto da XV, Centro, Bom Retiro, Mercês, Cabral, Ahu, São Francisco, Centro Cívico, Batel, Jardim Botânico, Alto da Glória, Prado Velho, Rebouças e Juvevê são as mais propensas a alagamentos.

Fonte: Rede Curitiba Climática / Relatório de Avaliação de Riscos Climáticos da Cidade de Curitiba, de 2020.

               Espaços impermeabilizados, como asfaltos de vias e construções urbanas, contribuem significativamente para o risco de alagamentos e enchentes. “Nessas áreas com impermeabilização do solo as chuvas que caem nesses locais vão com muito mais velocidade e intensidade para os rios”, explica André Luiz Braga Turbay, líder do Laboratório do Clima (LabClima) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

                Pesquisas e projeções climáticas de anos indicam que o aquecimento global pode acelerar e aumentar a escala desses eventos. O contraste dos casos de seca na Amazônia e do excesso de chuvas no Sul do país sinaliza a gravidade dos impactos climáticos, ilustrando a necessidade de estratégias de adaptação para enfrentar os desafios enfrentados pelas regiões.

Projeções futuras geradas por Inteligência Artificial

                A Inteligência Artificial (IA) é um campo que se popularizou por meio de ferramentas generativas, como o ChatGPT e o MidJourney AI, mas não se restringe apenas a isso. Além de criar novos conteúdos, essa tecnologia também é capaz de realizar tarefas que geralmente precisam de inteligência humana, como reconhecer padrões, tomar decisões e aprender com dados. Por se tratar de uma tecnologia recente, a IA ainda carece de diretrizes amplamente difundidas, o que pode ocasionar dilemas éticos.

                Nos últimos anos, a IA se tornou uma ferramenta fundamental em diversas áreas, e o jornalismo não é exceção. Com algoritmos cada vez mais sofisticados e uma capacidade de processamento de dados sem precedentes, a IA está transformando a maneira como as notícias são produzidas, distribuídas e consumidas. No entanto, as ferramentas não foram desenvolvidas especificamente para a produção de conteúdos jornalísticos, resultando na ausência de um rigor na checagem dos fatos que garanta a qualidade da informação, ressalta o pesquisador sênior de Direito e Tecnologia no Tecnologia no Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) João Victor Archegas.

 

                De acordo com o pesquisa do ITS, no Jornalismo é fundamental ter um cuidado extra ao fazer uso da IA, pois os profissionais não só precisam utilizar essas ferramentas, mas também explicar claramente como as utilizam. “Não é só dizer que usou, é dizer como usa, ainda mais agora, que a gente está vendo as inteligências artificiais, pelo menos modelos de linguagem natural, dando o próximo passo, que é citar fontes na estruturação do texto”, esclarece.

               

                Com base nos dados fornecidos pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental (Simepar), pelo Plano Municipal de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas (PlanClima), e nas análises de especialistas citadas nesta reportagem, utilizamos Inteligência Artificial para criar projeções visuais dos cenários climáticos futuros em Curitiba.

                Para alcançar os objetivos esperados na projeção foram realizadas etapas como a escola de paisagens abertas do Google Street View, a inserção da imagem no Adobe Photoshop e a seleção do objeto dentro da imagem para a IA alterar. Em seguida, utilizamos a ferramenta Generative Fill e inserimos comandos que orientam a IA a gerar as alterações desejadas. Contamos com o uso de verbos para remover ou inserir algo, ou apenas palavras para indicar o que deveria ser alterado.

                No caso da inundação, usamos imagens da Praça Zacarias, localizada no Centro de Curitiba, e da rua Canal Belém, no Guabirotuba - regiões de potencial inundação. Aplicamos os comandos: remove (para remover tags e letras das ruas), water (incluir água nas ruas), inundação e floating (para dar mais volume a inundação).

GIF ALAGAMENTO.gif

         As projeções apresentadas neste projeto são meramente ilustrativas, mas destacam as áreas mais vulneráveis a inundações, ilustrando os possíveis impactos das mudanças climáticas na cidade.

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Projeções Climáticas em Curitiba

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